segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Desejos



Me desejo força 
Pra não acomodar 
E também pra desistir
Parar
Cessar 
Quando o que estiver construindo não for o melhor
Desejo que a rotina não me tira a paz
E que eu proporcione paz aos meus
E sinta paz
Mesmo com a confusão 
Que muitas vezes sou
E também muitas vezes causo
Desejo nunca segurar o riso
Ainda que esteja brava
Desejo ser sensata
E ter garra
Pra realizar tudo o que eu sonhar
Desejo não aceitar e nem oferecer um amor mais ou menos
Um beijo mais ou menos
Um sorriso mais ou menos
Desejo ser sábia com a sinceridade das palavras
Pras elas não ferirem
Cortarem 
Traumatizarem 
Desejo me fazer companhia 
E nos momentos de solidão não me desesperar
Desejo ter (um pouco de) esclarecimento 
E estar sempre aberta a novas ideias
Pra poder debater sem medo
Sem levantar a voz
Desejo estar atenta aos detalhes
Desejo sabedoria pra olhar sempre todos os lados
Desejo força pra não julgar 
Doces olhos pra conseguir mais que enxergar
Desejo que a saudade só aperte
Se for seguida de sorriso
E sensação de que valeu a pena
Desejo peitos quentes
Que possam acolher
Desejo provocar sorrisos sem me programar
Desejo reconhecer minhas qualidades
E não odiar meus defeitos 
Mas conviver, cada vez melhor, com eles
Desejo fazer surpresa
Ter sempre um abraço que possa morar e, mais que isso, chamar de lar
Desejo me sentir sexy numa roupa que é sexy só a meu ver
Desejo me sentir linda
Na rua
De moletom e cabelo emaranhado 
Desejo conseguir perdoar
Sem guardar magoa
Nem rancor
Desejo não ter tanto medo
E mesmo com medo
Conseguir viver
Desejo ter gratidão
E prontidão 
Desejo realizar
Não só desejar
Desejo vida
Aqui
Pra mim
Pro mundo
Desejo ser viva
Cheia de vida
Para assim
Vida proporcionar 




domingo, 24 de maio de 2015

+3

Ela é louca, no mínimo. Dessas que ama brigar, fazer tempestade no copo de pinga, tirar você do sério, fazer textos enormes a cada discussão e todas essas porras. Ela gosta de ganhar! Brigas, corações, abraços, sorrisos.. Ela ama sorrisos! Lembro-me quando pedia entre beijos: "Sorri pra mim" e eu recuava, fazia charme e logo lhe concedia o pedido, sorria. E a retribuição era instantânea, ela sorria de volta pra mim. Menina nenhuma no mundo tem chance quando nossos corpos se encontram. Parece encaixe, ser feito um pro outro. Aquele beijo que nunca é ruim, o toque das mãos, o beijo na orelha que eu tanto amo e só ela sabe dar... A conquista disso tudo só não foi mais árdua porque Cazuza tinha razão: "quando o beijo é bom, já é meio caminho andado" Aaah Cazuza.. Até andamos meio caminho! Bebemos juntos, trocamos beijos apaixonados, brigamos, fomos orgulhosos, nos perdoamos.. Um meio caminho memorável, eu diria. Acontece que eu não aceito perder, mesmo fazendo de tudo pra que isso aconteça. Acontece que meu orgulho é sempre maior. Acontece que o placar no fim do jogo tem que ser sempre favorável pra mim. E foi por isso que a gente andou só meio caminho. É por isso que quando a gente se vê, os nossos olhares são desconfiados e a vontade é sempre grande.. A gente já sabe o quão bom é estar por perto. Na verdade, o quão bom é jogar. Vez ou outra, bêbados, a gente não resiste e entrega os pontos. Se beija, se declara, se pertence. Mas tudo com prazo de fim. E ela fica louca! Tem problemas com isso. No dia seguinte é aquele tropé ou de silêncio ou de ressaca.. Só que de palavras. Nosso jogo parece estar sempre numa prorrogação. O primeiro tempo já foi e tá empatado, estamos nos acréscimos. Quem sabe o segundo tempo uma hora chega, não é? E aí a gente faz aquele espetáculo em campo e vê de quem vai ser a taça.. Pensa na briga? Vai ser um clássico! Vou jogar e ganhar! Só não sei se ela ou a taça!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Silêncio e som


Sala
Mais ou menos escura
Mais ou menos clara
Moço sentado
Moço de cílios longos
E brilho nos olhos
Cheiro que não é forte 
Mas que fica 
E marca
Menina de cabelo curto
Que veste só um sorriso
Não por estar nua
Mas por ficar nua quando sorri

Dois corpos que se encontram 
De um lado o instrumental 
A melodia 
Harmonia 
De outro
A letra 
O desabafo 
O grito (mudo) resultante do silêncio 


E se fundem
Se descobrem 
Ele pra ela, uma letra pra ser interpretada 
Ela pra ele, um amontoado de notas que 'precisam' se encaixar na melodia
E suam
Gemem
Tocam
Gozam
Depois o afago devagar no cabelo
E sono lento leve feliz 

terça-feira, 18 de março de 2014

(tá tudo muito bagunçado, não achei o título)


Eu nunca precisei de nada pra amar você. E quando digo nada, quero realmente dizer nada. Você nunca precisou falar bonito, nem ter o melhor cheiro do mundo Nunca precisou me conquistar Teus olhos fizeram por você, sem esforço algum Você nunca precisou dizer que seria pra sempre pra continuar no meu coração toda as vezes que a gente se desencontrava Você nunca precisou fazer nada Nada além de ser você Ou o quase você que eu conheço O nada sempre bastou O nada ou tudo Por que esse amor, quase amor ou qualquer nome que a gente resolva dar, se baseia na simplicidade Do ser De amar E de transformar Você sempre bastou Independente de como Perto ou longe Inteiro ou pela metade Sempre bastou você

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Professor, como é que faz aquela conta ali ó?

Tati Bernardi tem razão quando diz que homem quando quer, faz.
Não importa o tempo, canseira ou qualquer desculpa de sempre.
E é justamente isso que me confunde em você.
Sua instabilidade que não consigo decifrar.
Você é chuva de verão.
Não parece que vai vir, mas vem.
Vem e faz uma revira volta num instantinho.
E depois deixa o Sol brilhar de novo como se nada tivesse acontecido.
Você é um desses problemas difíceis de matemática.. Leva tempo pra resolver e quando chega ao fim eu me pergunto o porque de toda aquela contarada. 
Você é instável. Até mais que eu.
E acho que eu tô pagando pra ver.
Pagando pra sentir a chuva de verão e depois contemplar o quente do Sol.
Pagando de nerd pra entender a complicação daquele bando de números.
Eu tô pagando e pagando com meu dinheiro pra ver até onde isso vai.
Pagando pra ver o quão bom é decifrar você.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Quando vi.. Xiu!

Eu sou doida mesmo, só pode.
Querendo encontrar respostas em livros, fazendo teorias malucas, falando pros quatro cantos isso, aquilo e todo aquele blábláblá.
As ditas respostas estavam em mim todo esse tempo.. Eu só não tinha percebido.
Não tinha parado pra ouvir.
Observar.
Enxergar.
Aquela bagunça toda parece que está se organizando.
E se organizando de um jeito calmo.
Tranquilo.
Sem êxtase.
Sem eforia.
Sem o típico bláblábláblá.
Eu sempre tão tagarela, sempre tão cheia da razão, sempre falando tanto e tanto e tanto parei pra me ouvir.
Sem forçar nada. Naturalmente.. Silenciei.
Ouvi aqui, ali e aquele outro que também falou. E eu silenciei.
Chorei baixinho sem ninguém saber. Senti e não contei pra ninguém.
Me recolhi.
Parei de tagarelar e ouvi.
Ouvi meu silêncio.
Ouvi os berros e respondi com o meu silêncio.
Nunca pensei que ele fosse dizer tanto.
Responder tanto.
E olha só.. Veio de mansinho.. E ficou.
Nem precisei pedir pra ficar.
Trouxe paz..
Tanta paz a ponto de me fazer conseguir transmitir paz.
E tem coisa melhor? Paz..
Paz de verdade.
Na alma, na vida, em mim.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Chamego na madrugada.



Vontade do seu cheiro na minha roupa.
Do seu beijo no pescoço.
Da sua bagunça dando graça pra minha vida.
Vontade do seu corpo quente.
Da sua voz abafada no pé do meu ouvido.
De você. Pra mim, por mim.
Vontade de você com vontade de mim.