sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Já que sou, o jeito é ser.



Acho que no fim, eu sou dessas toda errada mesmo.
Cabeça dura.
Encucada.
Teimosa.
Intensa demais, eu diria.
Dessas que não esconde sentimento, sabe?
Que fala na cara, na lata.
Não sou dessas de "ai, vou demorar pra responder assim ele pensa que eu não ligo", "não vou dizer que sinto falta porque blábláblá"...
Sabe-se lá se isso é bom ou ruim. Mas desse jeito não sou eu.
Olha, confesso que até tentei agir assim, mas não deu.
Na verdade deu, mas realmente não sou eu.
Não sou eu porque sem intensidade, sem drama, sem choro, sem Vitória, não sou eu.
Não sou de joguinho porque não gosto dessa ideia de ser carta.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

(Des) Encontros


Já faz uns dias que algumas lembranças me fizeram parar pra pensar um pouco.
Me fizeram sentir saudades. Me proporcionaram um gostinho de "pow, valeu a pena".
Nesses últimos dias, senti saudade de abraços, cheiros, sorrisos.
Senti falta de alopração.
Senti falta do "nós" que existia.
Eu tinha certeza que duraria muito.
Na verdade eu acho que tinha certeza de que não acabaria do jeito que acabou.
Mas acabou.
Ventos, tempestades, terremotos, seja lá o que for, levou toda a minha certeza.
Levou sorrisos.
Cheiros.
Levou almas.
Os desencontros são necessários. São portas pra outros encontros.
E quantos encontros me foram proporcionados com esses desencontros.
Mas nesse momento, eu to falando de saudade.
Não vai ser como antes, nunca.
E pra falar a verdade.. Não quero que seja.
Passou.
Passou como todas as outras coisas passam.
Passou.
Passou.
Passou.
No começo me descabelei, gritei pros quatro cantos que não podia passar.
Menina inocente eu era.
Não só podia mas devia passar.
Tudo passa, to repetindo pra mim, tudo passa.
Passa e leva um pouco de você, e fica um pouco do que foi..
Passar talvez seja sinônimo de vitória, de história.
Se passou é porque tinha algo pra passar e outras coisas pra chegar, não é?
Passou por que tinha que vir outras coisas, outras pessoas, outros sorrisos.
Outras almas.
Almas que se encontram no desencontro.
E nos refaz.
Nos transforma.
Ou então, nos proporcionam muitos outros desencontros.
Que automaticamente nos levam a encontros.
Hoje eu tenho certeza de muito, muito pouco.
Mas eu guardo comigo saudade, lembranças, histórias.
Há exatamente um ano atrás eu tava fazendo história..
História que foi escrita junto.
E que é lembrada separa, de jeitos diferentes.
Hoje eu estou aqui, lembrando da história e fazendo outra.
De um jeito diferente, com algumas pessoas, sentimento e sorrisos diferentes.
A mudança é necessária, hoje consigo enxergar.
Machuca um pouco, as vezes.
Hora ou outra aperta o coração.
Mas tem gostinho bom.
Ah, isso tem..


sábado, 8 de dezembro de 2012

Complicada e perf.. Complicada mesmo.


É frescura minha. Disse tremula, sentindo calafrios, se odiando.
O fim era sempre assim. E ela sempre jurava que isso acontecia só com ela.
Acabava num quarto.
Chorando.
Se contorcendo.
Com medo.
Medo dela própria.
Medo das pessoas.
Medo dessa finitude que são as coisas.
Não sabia o que e nem porque se questionar.
Ela era desses tipinhos complicados, que as pessoas na maioria das vezes tem preguiça de desvendar..
Procurou por colo, por abrigo.
Queria enterrar-se, perder-se num abraço, num "ei, eu fico aqui contigo",
ao invés disso disse que não era nada. Que no instante seguinte passava.
Nem um questionamento.
Nem uma pergunta sequer.
Desmontou-se mais ainda quando ele a obedeceu depois de dizer aos prantos: Some, some daqui.
Já disse que sou complicada, uso as palavras erradas, quando eu disse some, queria que você permanecesse aqui.



Ow viado. Cê é viado, hem?



Eu te odeio, de verdade.
Odeio sua demora pra responder minhas mensagens. Odeio essa sua idiotice. Odeio a sua falta de interesse. E seu drama contínuo.
Odeio como você fica fofo estudando. Odeio o fato da água da sua garrafinha ser boa.
Odeio essas suas mensagens ridículas.
Odeio mais ainda essas caretas idiotas que você faz nas fotos.
Odeio quando me liga falar boa noite e tem a cara de pau de me chamar de princesa.
Odeio.
Odeio.
Odeio.
EU ODEIO VOCÊ.
Odeio como você me acha "linda" irritada.
Odeio quando fica me olhando sem desviar.
Mas sabe, olha aqui.
Eu me odeio muito mais.
Me odeio por achar legalzinho falar com você.
Me odeio por rir da sua idiotice.
E por te achar bonitinho na foto da careta.
Me odeio por gostar da água da sua garrafinha.
Por sorrir igual uma idiota quando você me chama de princesa e me liga pra falar boa noite.
Odeio esse teu jeito marrento, frescurento, cheio de ai ai ai.
Você é viado mesmo, só pode. Viado. 
VI-A-DO.
Viu viadinho, eu te odeio.
Mas me odeio mais ainda por passar tanto tempo te odiando.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Meu amor, meu homem, meu pai.


Amor oito ou oitenta

Dizem que amor de pai e filha é inexplicavelmente exagerado, ao mesmo tempo que é quente, pode também ser gelado;
Pois é, meu amor por uma morena, minha filha linda e pequena, vejam só como ele é:
É capaz de, na padaria não deixar ir sozinha, mas é capaz de deixá-la namorar com uma idade bem pequenininha;
É capaz de, com uma festa de quinze, toda pomposa lhe presentear e de quinze reais para uma festa qualquer ser capaz de lhe negar;
É capaz de uma postura conservador sustentar, mas capaz do conservadorismo esquecer só para com essa morena concordar;
É capaz de numa sexta, por cansaço, uma pizzaria recusar, mas capaz de no Morumbi para assistir um jogo à noite levar;
É capaz de, numa briga, orientá-la a não entrar, e capaz de defendê-la, até a morte, se a causa defendida por ela, justa achar;
É capaz de, proibi-la de uma volta no clube sozinha dar, mas capaz de permiti-la e incentivá-la para o México voar;
É capaz de, quando errada, ficar dias e dias sem com ela falar, mas capaz de derreter-se todo com um bilhetinho carinhoso versando: não tem jeito, eu nasci pra te amar.
É capaz de, dizer não para uma festa ela não frequentar, mas é capaz de passar a noite em claro só pra ela escutar;
Pois é.. Amor de pai e filha, exagerado dizem que é, eu por minha vez, reconheço, por essa morena, meu amor assim o é, mas se Deus me desse nova oportunidade de, agora escolher, não tenho dúvidas, o manteria assim, exagerado, tão quão ele é.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Hoje eu quis o mundo!


Despertei-me confiante.
Num horário por mim dito cedo, depois de uma semana vivendo como eterno sábado.
Despertei-me e não reclamei disso. Por sinal, até agradeci.
Há tempos não me lembro de rezar pela manhã, e hoje, aconteceu.
Botei uma roupa mais ou menos e fui. Não necessariamente porque queria. 
Mas porque de certa forma... Precisava.
Deixei o mau-humor, vesti um sorriso no meu rosto amassado de sono, repeti pra mim -só por hoje- e fui.
Fui e desejei bom dia.
Fui e sorri.
Fui e fui quem eu queria ser.
Não estava feliz pela química que precisava estudar.
Mas estava feliz porque estar estudando a química que eu tanto precisava..
E olha, definitivamente, em química não quero me formar.
Olha só, até uma certeza nesse dia eu consegui tirar.
Liguei música no alto, na verdade, liguei John no alto.. 
As coisas sorriem pra mim quando escuto John.
E hoje, ouvindo John, senti vontade de amar.
Re-amar.
Senti vontade de sentir.
Reviver.
Não tive certeza do pra sempre de nenhuma amizade que cultivei hoje, 
mas tive certeza do momento que tava vivendo.
Deitada na rede, olhei pro céu, que por sinal, estava cheio de estrelas e senti o vento me tocar...
Tocou-me suave, me causou arrepio... Até parece que ele me disse:
- Ei Vitória, só por hoje.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Só por hoje.


Eu realmente cansei.
Cansei de correr atrás de pessoas que não dão a mínima.
Cansei de tentar entender como todo mundo aceita esse bando de barbaridades.
Cansei de ser segunda opção.
Tapa buracos.
Acho realmente que me tornei isso porque permiti que isso acontecesse.
Eu quero sentimentos novos, sensações novas..
Quero tudo e nada ao mesmo tempo.
Quero o simples, só que como sempre digo, o simples no mundo de hoje é demais.
Essa mesmice de sempre me enjoou, as pessoas me enjoaram...
E eu que sempre dizia.. Porra, que coisa feia isso de enjoar das pessoas.
Eu to mudando tanto que está cada dia mais difícil me por no lugar.
Cada dia mais difícil saber o que eu sou, o que quero ser..
E no meio dessa confusão toda eu fico tentando encontrar respostas que não precisam ser encontradas.
As coisas acontecem naturalmente, um dia de cada vez, eu repito sempre pra mim. Eu realmente acredito nesse lance de só por hoje, é que é tanta cobrança -cobrança minha, principalmente- que fica difícil de me estabilizar.
Sabe, eu só quero viver um dia de cada vez e fazer as coisas do melhor jeito que posso.
Não pelo que eu vou ser, nem pelo que eu fui. Mas pelo que eu sou no momento.
Porque na verdade, é isso que realmente importa, pelo menos pra mim.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Não conta pra ninguém?


Você se foi. Foi.
Foi e eu vi você indo. Vi e preferi que fosse assim. Precisava parar de ser teimosa, né?
Acha que pode? Eu achando que você, logo você, ia ficar aqui..
Tu sempre foi solto, moço. Não podia se prender, se enroscar, se amarrar tão cedo..
Olha só o que você fez..
Tu deixou as manias, deixou as vontades.. Cara, é como se você tivesse ficado.
Confesso que hoje, agora, é mais fácil, já acostumei com a tua ausência, com a tua escolha implícita.
Mas pow, assim fica difícil.
Não é tão legal dançar com outras pessoas,
nem comer tomate com sal sozinha...
Missa sem você até parece que não é missa.
Até saudade parece que não é a mesma sem você.
Saudade que a gente matava todo dia, toda hora, o tempo todo, sem parar.. E como era bom matar saudade com você!
Mas, ei, moço. É bom que tu não saiba dessa saudade, dessa recaída que tem sido..
Deve ser esse tempinho, né? E essas lembranças que insistem em ficar aqui.
Faz de conta que tu não sabe, pode ser?
Mas ó, faz o seguinte, aparece de vez em quando, manda uma mensagem, ou me liga, cheio de vergonha..
Mas aparece. Devagarzinho, com jeito.. Aparece aqui.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Vem cantar pra mim?



Coloquei pra tocar aquela música que você cantava pra mim.

Aquele teu quarto bagunçado.
Pichado.
Aquela cama enorme.
Irresistível.
Teu cabelo revirado, tua voz baixinha,
quase que num sussurro, cheia de vergonha..
Mas você cantando pra mim..
Vem cantar pra mim essa noite?
Ou então, grava um disco e bota no rádio,
assim eu escuto toda noite antes de dormir.
Escuto indo pra escola.
Escuto tomando banho.
Escuto.
Escuto.
Escuto.
Hem, canta pra mim?


"(...) But just maybe, hala ka ukulele
Mama made a baby
I really don't mind the practice
Because you're my little lady
Lady, lady love me
Because I love to lay here lazy
We could close the curtains
Pretend like there's no world outside
And we could pretend that all the time (...)"