quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Meu amor, meu homem, meu pai.


Amor oito ou oitenta

Dizem que amor de pai e filha é inexplicavelmente exagerado, ao mesmo tempo que é quente, pode também ser gelado;
Pois é, meu amor por uma morena, minha filha linda e pequena, vejam só como ele é:
É capaz de, na padaria não deixar ir sozinha, mas é capaz de deixá-la namorar com uma idade bem pequenininha;
É capaz de, com uma festa de quinze, toda pomposa lhe presentear e de quinze reais para uma festa qualquer ser capaz de lhe negar;
É capaz de uma postura conservador sustentar, mas capaz do conservadorismo esquecer só para com essa morena concordar;
É capaz de numa sexta, por cansaço, uma pizzaria recusar, mas capaz de no Morumbi para assistir um jogo à noite levar;
É capaz de, numa briga, orientá-la a não entrar, e capaz de defendê-la, até a morte, se a causa defendida por ela, justa achar;
É capaz de, proibi-la de uma volta no clube sozinha dar, mas capaz de permiti-la e incentivá-la para o México voar;
É capaz de, quando errada, ficar dias e dias sem com ela falar, mas capaz de derreter-se todo com um bilhetinho carinhoso versando: não tem jeito, eu nasci pra te amar.
É capaz de, dizer não para uma festa ela não frequentar, mas é capaz de passar a noite em claro só pra ela escutar;
Pois é.. Amor de pai e filha, exagerado dizem que é, eu por minha vez, reconheço, por essa morena, meu amor assim o é, mas se Deus me desse nova oportunidade de, agora escolher, não tenho dúvidas, o manteria assim, exagerado, tão quão ele é.


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